Quando o ano de 1968 começou, a liberdade era o maior desejo. Liberdade mesmo! Sem pudores ou medo de consequências. No final de dezembro do mesmo ano, o simples fato de não ser perseguido e enjaulado ja era de se comemorar. O mesmo ano em que José Celso dirigiu Roda Viva, criação maestra de Chico Buarque, os diretores da nação transformaram a ditadura em DITADURA.
O Brasil de 68 era um país onde as mudanças de comportamento eram encaradas sempre de forma positiva, independente das consequências. E foi nesse contexto que o país viu aparecer um movimento que modificou o panorama músico-comportamento-cultural brasileiro. Caetano, Gil, Os mutantes e Cia não se satisfizeram em criar simplismente grandes canções, mas preencheram-na com subjetividades que à época não foram entendidos pela juventude revolucionária. Mesmo sendo seus participantes enganjados no movimento, a informação não foi entendida por seus companheiros de luta.
Outro grande nome da classe artística no movimento era Chico Buarque. Apesar de manter uma linha musical considerada antiga, Chico teve em 68 um dos anos mais inspirados de sua carreira. Roda Viva foi, e ainda é, um marco no cenário cultural brasileiro. Só quem não entendeu suas propostas foi o governo militar, que promoveu um verdadeiro ataque ao autor e aos atores da peça, chegando inclusive a , covardemente, obrigar a atriz Marília Pêra a passar, nua, por um "Corredor Polonês".
Do exterior, onde os movimentos estudantis também não deram trégua às autoridades, notícias marcantes chegavam. Feitos na aréa da música, cinema e até na corrida espacial movimentavam "o ano que não terminou". O "The White Album" dos Beatles onde a miscelânia musical tornou-se padrão usado até hoje. 2001, Uma odisséia no espaço de Stanley Kubrick, que foi escolhido essa semana como o melhor filme de ficção científica do século XX pelo Instituto de Cinema Americano, revolucionou os padrões do cinema mundial.
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